segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dois sofás.

Hoje me vi de frente com meu ontem,
ele não quis se tornar presente.
Percebi logo de cara que ele está apenas em dois lugares,
no passado e no futuro ( que é sempre escuro demais) , mas não no presente.
Já não cabe, já não queremos que caiba,
outras vezes tentamos até nos ajeitar com poucos espaços.
Mas dessa vez não , nem mexemos , permanecemos sentados,
olho a olho e nem um sinal, queríamos ficar sentados,
levantar apenas pra dizer adeus e dissemos.

(L.O.F)

domingo, 6 de novembro de 2011

Tudo .

Tudo que quero agora é ouvir uma musica,
do lado de um ser tão bom,
Fazendo uma coisa tão certa, entre ás várias possíveis coisas.
Tudo que quero em um dia é não ter que olhar pra aquele relógio,
que é um na praça e vários nos anos ...
Tudo que quero mais tarde é escrever um primeiro livro, ter um segundo , um terceiro,
e se for possível um quarto amor,
no intervalo entre eles apenas a saudade que há de ser anestesiada pelo próximo.

(L.O.F)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

No fim dos versos está ...

Joelhos cansados a espera de ...
Mãos, queria ter a tua frágil pele, seria eu frágil e ainda sim sentiria tudo o que passa por ...
Eu mesmo, me assusto quando vejo de repente um monte de nuvens se converterem em um azul lindo e natural , parece não ser tão comum nesses dias de ...
Cinzas eram as lembranças que pensava ser o agora, quando penso que ...
A luz está indo e agora me divido entre a despedida de uma tarde quente e o misterioso futuro que a noite trará, depois...
Eu conseguirei dar fim a meus versos, pois ...


( L.O.F)

domingo, 23 de outubro de 2011

‎"Parar , parar , parar , enfim respirar. Ouvir a chuva que bate no meu telhado numa manhã em que tudo parece estar adormecido. A música que toca aqui é muito mais rápida, lá fora uma câmera lenta coordena tudo".



(L.O.F)
‎"Que se pudesse captar tudo, o todo então seria transformado em letras, poderia dizer que pensei sobre tudo, que não deixei nada passar, poderia gravar cada nome , cada olhar, cada expressão, cada instante seja ele bom ou não. Seria uma maneira de abraçar o mundo ou pelo menos o meu ..."

(L.O.F)

domingo, 16 de outubro de 2011

Para quando o meu querer se tornar porta para o meu real .

Me deixa então ser um ser que erra,
e que meu errou não cave minha cova com insultos.
Que os insultos sejam só palavras de esquina, eles não perfuram minha pele,
só informam que há gente sem razão por ai , descontrolada e de visão curta.
Quero ter o controle de minha felicidade, dizer o momento certo pra que ela chegue,
não quero ficar ansioso pela espera do meu próximo amor,
nem desacreditar que ele exista.
Desejo viver, pagar por cada erro e gozar de cada acerto.
Quero poder dizer que amo sem rodeios e gritar que já não faz sentido também.
Quando me encontrar com meu amor o resto do mundo deve se tonar um folha branca,
pra que eu possa escrever em volta tudo que aconteceu ali.

(L.O.F)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As letras , os pontos e a confusão.

Escrevo um respirar,
respiro uma linha.
Ofegantes letras,
transpiradas por pontos.
Desenho os segundos,
confundo o papel com as tardes, as manhãs com as primeiras linhas,
as madrugadas com os três pontos.
Com as palavras meu sofrer é inverso,
com meu sentir minhas letras ganham significado,
peço que possa escrever, que possam existir sempre as letras,
Como meu presente e meus outros desejos.
O que importa é o desejar e não a simples vontade .

(L.O.F)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

“Decifrando então o tempo, descobri que ele é um templo, de súditos pacientes”.
“Vários sons entrando por minha janela,
retalhos de ruídos costurados pela linha do tempo.
Os anos nada mais são que uma multiplicação dos segundos,
os mesmos que julgamos passar tão rápido.”

quinta-feira, 8 de setembro de 2011


Espetáculo: Apesar dos erros do Mundo em: Um pouco de tudo.
Hora

sábado, 10 de setembro · 19:00 - 20:00
Localização
Sala 35 - Escola de Minas - Praça Tiradentes , Ouro Preto
Criado por
Léo Oliveira
Mais informações
Direção Geral e Iluminação : Luana Crempe.

Direção Musical : Everton José

Dramaturgia e Interpretação: Leonardo Oliveira

Caracterização: Jairo Alna.

Duração: 50 minutos.

FAZENDO PARTE DA PROGRAMAÇÃO DA CALOURADA DE ARTES CÊNICAS.

domingo, 4 de setembro de 2011

O sonho era assim.

Pessoas conhecidas em um cenário com vários portões , aquele tempo que não me lembrava nada. Você na minha frente, distante atravessando os portais. Por minutos nos encontramos e nada importa a não ser o instante segurando tua mão. Me lembro de repente que eu queria lhe perguntar coisas. Você me diz que sonhou um sonho que eu pensava ser só meu, descobri que estivemos no mesmo lugar em tempos diferentes, que dividíamos nossos sonhos. Acordo no meio disso tudo, fecho os olhos e volto ao lugar de antes. Quando te encontro novamente meu peito parece querer explodir, uma outra mulher te toma pela mão, eu confio, deixo , vejo você indo . Nesse instante minhas perguntas pulsão “não dá mais pra esperar tenho que saber”e quando decido então perguntar tudo adormece em volta, te procuro e lá está você sentada sobre uma cadeira branca, apagada, já não posso ver seus olhos. Acordo pela ultima vez, desejo voltar mas, meu sono acaba. O portão para aquele lugar se fecha, hoje descubro que pelo menos por enquanto não posso mais te acordar.

sábado, 9 de julho de 2011

Azar e sorte .

). Antônio vai pra uma festa agropecuária enche o rabo de cerveja e resolve bancar o Schumacher em plena rodovia, nossa que azarado, o caminhão pegou ele de cheio só porque resolveu brincar de dirigir na contramão. Azar porra nenhuma o cara pede, pede não implora pra morrer, “Ei alguém ai no céu, será que dá pra me levar logo, eu vou fazer uma puta cagada que é pra morrer direito”. Os caras tem a cara de pau de por a culpa no azar, quem é o azar? Ninguém! Exatamente, os caras criam um negócio que não dá pra culpar, um negócio que sequer é palpável.

( trecho do solo "Apesar dos Erros do mundo em : Um pouco de tudo Direção Geral: Luana Crempe Direção Musical : Everton José Dramaturgia e Atuação: Leonardo Oliveira )

terça-feira, 5 de julho de 2011

O cara e a moça.

O cara estava lá com cara de pastel olhando a moça na loja da frente. O cara era o carinha que entrega pacote para as duas lojas, por azar o trabalho estava mais pesado do outro lado da rua. A moça não era vendedora, nem faxineira, nem ninguém que não conseguisse gastar uma tarde toda experimentando uma calça numero 38. O moleque ralava pra caramba, sobe e desce na moto levando coisa, desce e sobe da escada colocando caixa. Quase caiu do oitavo degrau ao ver a moça se abaixar para dobrar a barra, não era tão alta nem tão gorda, tinha corpo gostoso de se ver, apreciar até babar na camiseta suja de poeira. Rezava o carinha pra aquele bom corpo precisar também de um bom calçado para a noite que estava chegando. Só ficaria mais feliz se fosse mandado pro outro lado da rua, ficaria contente pra caramba se ela pedisse opinião "como ficou na bunda moço?" . O telefone toca, "é mal sinal, vou ter que sair ", pensa o moço. Seu anjo da guarda resolveu dar uma ajudinha, a moça tinha acabado as compras precisava de ajuda até o carro. Ela sorri ele por fora retribui, por dentro faz carnaval, solta foguete dá pulinhos e cambalhotas. "Me ajuda moço, tá pesado!" Se ela pedisse um beijo no dedinho do pé ele iria lamber. Além de tudo a mulher era gentil cacete, nem pra ser estupida. Chega no carro, ela abre o porta mala e se abaixa, tá tudo ali na sua frente, basta tocar , ele quer muito, não vê mais nada na no horizonte, ela olha para o vidro e percebe, se vira para traz e sorri "coloca a sacola moleque, depois se quiser te dou uma boa gorjeta" foi o que ele queria ter ouvido, "obrigado" foi só isso que ela disse. E afinal o cara voltou a ser o carinha, a moça foi pra noite com suas calças e tudo aquilo que tampava a visão do moleque.


(L.O.F)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Duais lembranças das coisas que não se afogam em um copo.

É dual...tudo que sinto tem duas caras, dois sentimentos. Um corta, o outro acaricia, aquele espanca este segura, arrasta de volta. O primeiro diz “O que você tá dizendo?” o segundo entrega “se é o melhor então não evita, faz o que tem que fazer, só deixa a luz acesa e a porta encostada, eu vou pra rua”. Logo depois saio pra respirar, fumar eu não fumo, beber só se for algo que preste mas, não é o que quero hoje. Talvez compre uma barra de chocolate, um caderninho e um lápis com grafite preto, pra que eu possa chorar um pouco no papel. Depois eu volto, tomo um café bem amargo, coloco a musica mais triste, abro de novo o caderno, escrevo umas três paginas, me canso, abro a janela, me lembro de você e paro de escrever nos próximos dois dias, que é quando tudo vai doer menos. Prestes de explodir abro o caderno mais uma vez, termino o que estava fazendo. Volto a me deitar pra ver se nos sonhos encontro o que falta aqui. O ponto certo que da final a essa bagunça que chamo de lembranças.

Ouro preto, 27de junho de 2011.


L.O.F

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Se sou.

Se sou o que o que mais sofre não sei,
sou o que pensa no outro, disso tenho certeza.
Sou o que apaga tudo e continua vendo o clarão,
Sou o que ainda sonha com as coisas que já não pensa e quando pensa deseja sonhar.
Sou O que termina escrevendo palavras que não deseja escrever, no fundo.
(L.O.F)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O fundo ainda ama.

E de tudo que passamos,
sobrou a saudade das coisas que faltaram.
Agora já, já foi outra História,
o que vivemos está lá e um pouco cá também.
Não pra dizer que não me lembro mais,
tudo ficou lá e cá.
Você nova em mim,
ama que o fundo ainda ama,
amor que o raso joga para o fundo,
e no fundo também ama.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tive que num certo dia voltar as pazes comigo mesmo, detesto beber cerveja sozinho, podem achar que eu to depressivo, ou infeliz ou mesmo sozinho, pior ainda, podem sentir pena, antes um chute no saco ou um tiro na bunda, pena não. Decidi não ir sozinho pro boteco, comprei uma daquelas revistinhas pornô com aquelas historinhas em que a loira gostosa resolve fazer uma viajem para o interior de minas e encontra um caipira bem dotado que leva ela pro banheiro e ...bom eles não ficam jogando baralho disso vocês já sabem , não vou ficar aqui alimentando a masturbação mental e pós espetáculo de vocês. Era estranho ver como as pessoas me olhavam naquele boteco tão fulera quanto a revista, virei a atração dos dez minutos que levei pra tomar aquela cerveja quente, estavam todos curiosos pra ver toda aquela porcaria, o travesti sentado no balcão á minha frente com certeza achou que eu tava fazendo um esquenta antes de perguntar quanto era a hora. Vi um bando de ogros jogando e perdendo rodadas de truco por não conseguir tirar os olhos das minhas paginas , foi essa uma das poucas vezes que senti a inveja e o desejo da posse, de um olhar que não fosse o de quem os sente profunda e intensamente durante cada minuto de sua vida.

(trecho do texto "Apesar de todos os Erros do mundo em : Um pouco de tudo ", Leonardo Oliveira) .

terça-feira, 22 de março de 2011

Um presentinho para os visitantes.

http://www.youtube.com/watch?v=swjldBSPTq0&feature=related

Imagens, sons e Anjos .

Jogada ali no chão ela tenta entender o que aconteceu, a única visão possível é a de um céu que não tem estrelas . Na rua os carros passam lentamente , todos muitos discretos , as pessoas comentam , senhoras tapam os olhos das crianças que estão curiosas, do seu lado alguém diz “calma , calma”. A luz azul dos relâmpagos bate em seu rosto as vezes, ao mesmo tempo ilumina seu corpo molhado por algo que ela nem sabe o que é , um farou auto bate seu rosto , um som estridente acompanha esta chegada. O burburinho aumenta , os carros que antes eram lentos agora param,formando assim um congestionamento talvez não tão longo mas, muito extenso pra seu curto campo de visão . A taboa é colocada, os braçdentro os antes apenas esticados agora estavam presos, o som estridente estava agora de seus ouvidos como algo constante , tudo era branco , todos eram anjos , um apagão acontece, a luz que voltou depois era branca, as paredes também. No corredor uma maca daquelas de rodinha passava , tinha um homem sendo levado por anjos parecidos com aqueles da noite passada, do lado de fora do quarto aquele som estridente voltava ,alternando entre o longe e o perto .
"Tudo o que começa nasce do que acabou ..." (Saramago)

A criação do dinheiro.

È os caras estavam cansados de ficar trocando 30 coelhos por duas vacas , 20 galinhas por dois porcos, tinham os super lucros também tipo 105 ladrões em troca de um político.