Apagão de um Ouro Preto.
A luz acabou, o poste apagou, o espelho não mais refletiu, tive que cuspir no escuro. Olhei pela janela e a cidade toda tava apagada, cabeças na janela se transformavam em pedaços de sombra que procuravam a claridade. Peguei a mochila pra sair o mais rápido possível. Na rua eu cruzava por sombras, faces meio iluminadas, ouvi então o barulho do escuro , senti o frio daquele tecido negro que cobria tudo. Andei o mais rápido que pude, os faróis dos carros eram um alivio. Cada vez mais de preto era pintado o espaço, não pedaços mas, o todo que envolvia aquelas pessoas voltando pra suas casas, o mais rápido que podiam. Aqui em cima tudo tinha luz, do alto a escuridão lá de baixo se transformava em um buraco sem fundo. Enfim cheguei, tomei um banho claro. E quando voltei lá pra baixo, ainda haviam pedaços daquele buraco que se formou naquela tarde.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
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