sexta-feira, 20 de abril de 2012

Relato 4: A praça.

Aquele senhor andava, casas, pessoas calmas ainda banhadas com aquele ar especial dado pela manhã de presente aos viajantes que buscam o inicio do dia. Aquele senhor andava, passos curtos , lentos e pesados. O tempo não mais importava e sim atravessar o espaço, firmar a bengala, tem a certeza de que aquilo é chão. O som em volta misturado entre pássaros, motores e o bom dia do passante que vai pela calçada olhando para o próprio pé. Pessoas andam olhando para o próprio pé, quando há tantas outras coisas pra se ver. O cheiro do café, a sombra e o sol temperando a praça com o frio e o quente. O senhor continua caminhando, por algum tempo fiquei observando, seus atos tão simples, o olhar cravado ao longe, sua muleta confirmando que havia ali um chão. As coisas vão passando por nós e deixando suas cicatrizes, aquele senhor que ali caminhava carregava nas costas um peso, a menina simpática e pequena era leve como uma caixinha decorada com fita. Minha trajetória planejada para a manhã era outra porém, o mesmo tempo que me provoca a ansiedade e o desconforto, acabou me colocando naquela praça, sob meus olhos aquele senhor, sob a minha alma uma paciência que desejava se igualar a daquele ser andante que não buscava vários metros ou corridas mas, apenas um caminho. (L.O.F)

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